sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nada

Meu maior problema, é por títulos =/

Cai a noite, sobe o véu
Todo salpicado de estrelas
E então começa o tormento:
Corações solitários clamam
Desdenhando os felizes corações que amam
Tendo no peito o pulsar e o sofrer
Viver sem amor é padecer.
E o vazio do coração é um aquário
Onde as mágoas boiam e sobrevivem
Quebrando as paredes de vidro,
Virando oceano
Inundando meu peito, inundando meu ser
E de repente, todo o "nada" vira dor
Ausência de amor
Ausência de mim.

"Tudo é dor e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor"

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Abandono próprio

Existe abandono maior do que abandonar-se? Abrir mão de quem você mais deveria amar no mundo? Essa foi a pergunta que mais me martelou os miolos naquela tarde de sexta-feira.
Creio ter sido por causa daquele homem cinza, que teima em aparecer no meu caminho. Como o que se suicidou na minha frente, muitos outros existem espalhados pelo mundo. O mundo é cheio de pessoas cinzas, que preferem a subvida. Eu gosto de viver por inteiro, sentir, sorrir, amar. O nulo não tem espaço em mim, mas teima em aparecer, talvez pra me mostrar o que eu não quero. Nem sempre a vida tem que ser decisão pelo melhor. O que não pode é ficar no impasse. Deixar de lutar. Creio nisso como forma absoluta de vida.
Mas que falta de educação a minha! Nem me apresentei. Pois bem, me chamo Luisa. É sem acento, por favor. Sou dessas pessoas cheias de animação que você vê. Dessas que esbanjam auto confiança. Por fora. Não é que eu seja falsa, ou finjida ou tente ser quem eu não sou. É o mundo que me enxerga de outra maneira. O mundo só vê a capa, a embalagem. Eu tô aqui dentro, em essência, escondida pelas cores e formas que tenho. Isso nunca me incomodou, exceto por um único fato: as pessoas nulas conseguem enxergar aqui dentro. Com seus olhares simples e indiretos, atingem quem se esconde em mim. Sua palidez me perturba, e eu me torno um deles. Um ser vacilante, quase apagado. E eu não gosto disso, nem consigo me defender. Tento sempre esconder esse abandono próprio que eu tenho, tão singular, mas tão plural quando compartilhado com eles.
Se eles soubessem como me desarmam, como me destroem, como me atingem... me incomodo com palidez. "Nulidade, nulismo" ou que nome tenha. Gosto do risco, aprecio a coragem de viver. De levantar-se todos os dias e enfrentar o novo sem planejar ou esperar. Vivo esse paradoxo intenso dentro de mim, sem saber como reagir ao desarme que acontece sempre que um olhar vacilante, choroso e acovardado pelas pressões sociais cruza os meus, pra se rebaixar depois. Dor alheia doendo bem fundo, em mim.

"Na madrugada sem papo, chuto uma pedra e era um sapo" - Rolo de Rezende

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Não sei definir o que é isso aí em cima.


sexta-feira, 2 de julho de 2010

Inércia

Há quem diga ser ilusão
Há quem diga ser bobagem
Mas só eu sei o que tenho no coração
O que eu trago na bagagem

Eu sei quais são as lanças que me atingem
Eu sei quais são as dores que me doem
Eu sei os males que meu peito aflingem
Quais os motivos que me corroem

Há quem diga ser ilusão
Há quem diga ser desgosto
Mas estou seguindo na contra-mão
Sem enxugar as lágrimas do meu rosto

Há de ser dúvida passageira
Há de ser coisa insana
Esse choro sem estribeira
E essa tristeza mundana

Quero lutar contra o destino
Reflexo da inércia presente
Força motriz a me tirar o tino
Acovardando a mulher valente


"Dissestes que se tua voz tivesse força igual a imensa dor que sentes teu grito acordaria não só a tua casa mas a vizinhança inteira. E há tempos nem os santos tem ao certo a medida da maldade. E há tempos são os jovens que adoecem e há tempos o encanto está ausente e há ferrugem nos sorrisos."