Feliz 14 de março. Dia da poesia.
Há em mim aquela urgência do mundo
Aquele "tenho que fazer agora"
Aquela ânsia impulsiva que me impede de calar.
Mas há também aquela calma impaciente
Aquela dor e leveza de ser silêncio
De ser nula, de ser neutra, de não me ser
Porque eu sou muitas, sem ser nenhuma
Sou exatamente eu, com os meus sentimentos
Empresto-me, dispo-me de mim e sou outra
Sou alguém que eu sei, ou sou ninguém que eu saiba
Enrolo-me, desenrolo, desenvolvo e me perco
Eu escrevo, transcorro linhas, corro palavras
Cruzo pernas, colo corações, recolho lágrimas
Eu sou o que eu sinto, sentirei e sentia
Eu sou verso e prosa, sou a própria poesia
"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir ser dor, a dor que deveras sente."