quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Arte nossa.

Oioi gente linda! Tudo bem? Vocês se lembram do Felippe? O Fê é um fotógrafo amigo meu, especializado em autorretrato [é, é feio mas é assim que se escreve agora, rs] conceitual. Fizemos uma troca de material, onde ele me deu uma foto e eu escrevi um poema e depois eu peguei um poema meu para ele fazer uma foto. Este texto foi escrito em janeiro de 2010, e esta foto se chama Mercy On Me II.


Por Favor Vá Embora

Às vezes penso em você
E não sei se ainda é amor
Às vezes te sinto assim, tão perto
E tudo o que eu quero é não sentir
Às vezes penso que você não tinha o direito
De bagunçar assim minha vida
E me deixar. Só.
Às vezes penso que você está saindo
Que está abandonando meu coração
Às vezes chego a ver sua mala arrumada
Mas daí eu vejo seus pés cruzados sobre o sofá
Seu sorriso teimoso no rosto
E tenho certeza que vai ficar
Que vai doer, que vou sofrer
E eu já nem sei se é amor
Esse grito doentio que sinto dentro do peito
Essa necessidade de você,
Essa saudade de antes, de tudo, de nós
Às vezes quero cortar as correntes que nos prendem
Quero me libertar, fugir de você
Às vezes eu chego até a pensar que eu consigo
Às vezes chego a crer que sou forte
E que você não significa nada pra mim
Mas daí vc aparece e faz meu mundo tremer
E eu ainda duvido ser amor
Essa coisa pegajosa e sufocante
Que vem do meu coração, sobe pela garganta e sai pelos olhos
Pela pele, unhas, boca, nariz
E eu já nem sei ser eu sem ter você
Por favor, vá embora
Porque eu, não tenho forças pra te expulsar.




 "and if you have to leave, I wish that you would just leave"

sábado, 15 de outubro de 2011

Feliz Dia do Professor


Sempre tive grandes mestres me dando aula. Sempre admirei a profissão. Este poema é de 2008, antiiiiiiiiiiiiigo, mas o que vale é a intenção. Um feliz dia dos professores para todos aqueles que se doam em favor do saber, do coletivo, da edução. Que todo este esforço possa ser reconhecido e bem remunerado num futuro bem próximo.

Professor
Entre a razão e a emoção
Brilha o senso do saber
Ensinar, uma arte e uma devoção
A escolha do difícil modo de viver
E a tarefa árdua
Não é fácil de se realizar
O cansaço e a falta de reconhecimento
Dificultam a arte de ensinar
E nos martírios e dissabores da profissão
Acha-se a estrela a brilhar
A luz que vem aquecer o coração
A atenção dedicada no ato de explicar
Ilumina-se o mundo ao redor
Como iluminada fica a existência
Lutar por um bem maior
Caminhando ao encontro da real essência
Ensinar pra viver
Vai muito além de uma sala de aula
Ministrar o saber
É penetrar-se dentro da alma
Que completa-se e atinge o ápice
Quando vê-se a realização do labor
Quando o pupilo atento entende
o que lhé é passado por amor.


 
"É, só se faz um país com professor"


terça-feira, 5 de julho de 2011

Nem sei

Nem sei o que é isso, mas é.


Bem mais profundo do que qualquer sensação
Está a dor, no âmago, na alma
Faz-me louca, varrida, preocupação
Um ser indefeso, sem luz, sem calma

Há a dúvida que corrói a mente
Aperta o coração e me faz delirar
É um furacão a misturar o que se sente
Transbordam as lágrimas em rio, em mar

Sopra o vento da desesperança
Lança que atinge em cheio o coração
E o que fica, é só lembrança
A corroer as memórias, punição.


"Acho que entendo o que você quis me dizer, mas existem outras coisas."

segunda-feira, 14 de março de 2011

Sentia

Feliz 14 de março. Dia da poesia.



Há em mim aquela urgência do mundo
Aquele "tenho que fazer agora"
Aquela ânsia impulsiva que me impede de calar.
Mas há também aquela calma impaciente
Aquela dor e leveza de ser silêncio
De ser nula, de ser neutra, de não me ser
Porque eu sou muitas, sem ser nenhuma
Sou exatamente eu, com os meus sentimentos
Empresto-me, dispo-me de mim e sou outra
Sou alguém que eu sei, ou sou ninguém que eu saiba
Enrolo-me, desenrolo, desenvolvo e me perco
Eu escrevo, transcorro linhas, corro palavras
Cruzo pernas, colo corações, recolho lágrimas
Eu sou o que eu sinto, sentirei e sentia
Eu sou verso e prosa, sou a própria poesia



"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente, que chega a fingir ser dor, a dor que deveras sente."

sexta-feira, 11 de março de 2011

Lágrimas

E  hoje eu vou chorar até meu peito abrir
Até sair a última gota de mágoa
Até a raiva, líquida, escorrer pelo chão.
Porque hoje eu vou deixar a dor me rasgar
Me dilacerar, me cortar, me ferir
Vou externar o meu cenário interno
Minhas nuvens, chuvas e infernos
Vou pintar de preto o meu chão
Lavar, com a minha água negra.
Sorrisos já não nascem, felicidade já não brota
E a minha armadura de metal já criou ferrugem.
Hoje eu vou me incendiar das minhas chamas santas
Que ardem em meu peito há tempos
Vou extravasar os meus demônios, matar os meus duendes
Pois tal e qual fênix que renasce das cinzas
Eu hei de me reerguer, com minha alma sacrossanta
Livre, limpa e renovada
Como o céu em arco-íris, sorriso multicor
Depois da mais tempestuosa e tenebrosa tragédia.


"Amanhã é outro dia... não é?"