(Des)sentir
Sou uma antítese de mim
Um não-eu
Eu ausente.
Um poço de mágoas
Um mar de dores
Que me afogam.
Aceno sofregamente do fundo
Naufragada n'eu mesma
Arrebatada na escuridão.
Como se me perdesse por dentro
Num turbilhão imenso
De sentimentos turvos
Quisera eu encontrar fôlego
"Dessentir" toda maré
De angústia e padecimento
Voltar pelo caminho de migalhas
Pelos rastros de destruição
Do sentir demasiado
Talvez assim eu me encontrasse
E apontasse outra direção
Mais colorida e completa
Enfim,
Quiçá
O fim.
Créditos da imagem: mocah.org / Manipulada pela autora
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Veja o sol dessa manhã tão cinza. A tempestade que chega é da cor dos seus olhos, castanhos... Então me abraça forte.
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